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HISTÓRIA - ROMA

HISTÓRIA ANTIGA ROMA


 




LOCALIZAÇÃO E PRIMEIROS POVOS.


Roma localiza-se na região do Lácio, na parte central da Península Itálica. Na origem, abrangia sete colinas (Palatino, Capitólio, Aventino, Quirinal, Viminal, Esquilino, Célio) e a planície circunvizinhança, as margens do Rio Tibre, relativamente próxima ao mar. A península era habitada por povos diferentes: ao norte gauleses e etruscos: ao centro os italiotas – úmbrios, latinos, samnitas; e ao sul fenícios e gregos.


FUNDAÇÃO DE ROMA: LENDA E HISTÓRIA.


Segundo a lenda, Roma teria sido fundada em 753 a C. por dois irmãos gêmeos, Rômulo e Remo. O pai das crianças era o deus Marte e a mãe Réia Silvia, filha de Numitor, rei de Alba. O tio das crianças, Amúlio, ordenara que fossem lançadas ao Tibre para nele morrerem, mas foram salvas e amamentadas por uma loba e depois recolhidas por um pastor. Quando tornaram-se adultos foram fundar uma nova povoação, próxima ao lugar onde haviam sido amamentados pela loba. Esta teria sido a origem de Roma, que recebeu este nome em homenagem a um de seus fundadores, Rômulo.


Pesquisas arqueológicas mostram que em período mais recuado do que a data lendária (753 a C.), já havia estabelecimentos na região que viria a ser Roma. Os latinos fundaram a cidade naquele local, sobretudo devido às defesas naturais representadas pelas colinas.


ORGANIZAÇÃO SOCIAL E A PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA DE ROMA.


Segundo a tradição, desde a fundação a sociedade romana era dividida em quatro estratos sociais: os patrícios, os clientes, os plebeus e os escravos. Os primeiros pretendiam ser os descendentes dos fundadores e por isso, privilegiados. Os clientes constituíam os agregados e dependentes dos patrícios. Os plebeus não teriam sido originários da cidade, mas adventícios que não dispunham de quaisquer direitos. Os escravos eram provenientes, via de regra, de conquistas obtidas em guerra. Tradicionalmente divide-se a história de Roma em Monarquia, Republica e império.


ORIGENS DE ROMA: EXPLICAÇÃO HISTÓRICA E A MONARQUIA ROMANA(753 a.C a 509 a.C)


De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da península itálica : gregos, etruscos e italiotas. Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por patrícios (nobres proprietários de terras) e plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos proprietários). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia.A religião neste período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas.


A MONARQUIA(753-509 a C.).


Este período não é tão bem conhecido com os períodos posteriores. Sucederam-se sete reis que, segundo a tradição, foram os seguintes:


1º) Rômulo (753-716 a C.): fundou Roma, lutou contra os sabinos, e foi morto em 715 a C. Segue-se um intervalo e assume o segundo rei, Sabino.


2º) Numa Pompílio (715-672 a C.): teria promovido a religião e a agricultura.


3º) Túlio Hostílio (672-640 a C.): durante seu reinado ocorre à guerra contra Alba e sua destruição. Durante este período teria ocorrido o singular combate entre os irmãos Horácios (por Roma) e os irmãos Curiácios (por Alba), onde a derrota significaria a dominação de uma cidade sobre a outra. Roma venceu.


4º) Anco Mário (640-616 a C.): neto de Numa Pompílio, promove a guerra contra os latinos, levando os limites de Roma até o mar. Funda a cidade e porto de óstia.


5º) Tarquínio Prisco (Prisco= antigo) (616-578 a C.): origem etrusca, tutor dos filhos de Anco Márcio, faz-se proclamar rei. Promoveu reformas urbanas em Roma. Foi assassinado.


6º) Sérvio Túlio (578-534 a C.): etrusco, construiu muralhas em Roma, repartiu o povo em circunscrições territoriais (tribos) e em sete classes, de acordo com sua respectiva fortuna.Organizou o exército, distribuído em centúrias.institui os comícios centuriatos ( assembléias militares ) e o ( recenseamento ) que deve ser realizado a cada cinco anos. Morre assassinado.


7º) Tarquínio, o Soberbo (534 - 509 a C. ): etrusco, continua reformas urbanas em Roma e move guerras vitoriosas contra os latinos. Em face das violências e arbitrariedades de Tarquínio há uma revolta liderada por Bruto que resulta na expulsão do rei de Roma. Institui-se a República.


A REPUBLICA ROMANA(509 - 31 a C.).


Durante o período republicano, o senado Romano ganhou grande poder político. Os senadores, de origem patrícia, cuidavam das finanças públicas, da administração e da política externa. As atividades executivas eram exercidas pelos cônsules e pelos tribunos da plebe. A criação dos tribunos da plebe está ligada às lutas dos plebeus por uma maior participação política e melhores condições de vida. Uma das conquistas destas lutas foi a Lei das Doze Tábuas que, entre outras conquistas, acabou com a escravidão por dívidas.


O QUE É REPUBLICA?


Em latim, republica, (res publica), significa “coisa pública” ou, ainda “bem comum”. Na Roma antiga, republica significa um governo regido pelo interesse comum (do povo) em conformidade com a lei. Era não o contrário da monarquia, mas sim dos governos injustos. Hoje, republica é uma forma de governo que se opõe à monarquia. Em vez de reis com poderes hereditários e vitalícios, predominam as eleições periódicas para escolher o governante, cujo mandato é por tempo determinado (geralmente quatro e seis anos).


ESTRUTURA POLÍTICO-ADMINISTRATIVA.


O governo romano contava com os seguintes órgãos:


Consulado: formado por dois membros, chamados cônsules (que vem do latim consulare = “consultar, deliberar”), cujo papel era governar Roma. Eram eleitos pela Assembléia Centurial para um mandato de um ano.


Os cônsules tinham que consultar a Assembléia e especialmente o Senado no governo romano. A eles cabia apresentar projetos de lei, presidir o Senado e a Assembléia Centurial, chefiar o exército. Em caso de grave crise transferiam o comando ao ditador, que teria plenos poderes pelo período máximo de seis meses.


Senado: instituído no período monárquico, era o órgão mais importante e poderoso da administração republicana, ao qual tinham acesso somente os patrícios. Os senadores possuíam cargo vitalício. Em situação de graves crises e ameaças, cabia a esse órgão a decisão de instalar a ditadura.


Assembléia Centurial: órgão de representação popular do qual participam patrícios e plebeus. Recebeu essa denominação porque seus componentes – os centuriões -, durante as reuniões, organizavam-se em centúrias (fileiras de cem soldados). Cada centúria tinha direito a um voto, e a Assembléia, em seu conjunto possuía 98 centúrias patrícias e 95 plebéias.


Assembléia Curiata: cuidava basicamente dos assuntos religiosos.


Assembléia Centuriata: reunião dos exércitos por centúrias, escolhia não apenas os cônsules como vários outros magistrados, que, em geral, tinham mandato de um ano. Executando as decisões governamentais, os principais cargos da magistratura romana eram:


Pretor: responsável pela aplicação da justiça;


Censor: encarregado de recensear os cidadãos de acordo com critérios de riqueza. Cuidava ainda da conduta moral dos cidadãos;


Questor: responsável pelo tesouro público;


Edil: encarregado da conservação da cidade (limpeza, policiamento, abastecimento de água, etc.); Pontífice: responsável pelos assuntos religiosos.


AS INSTITUIÇÕES POLÍTICAS ROMANAS.


Depois da experiência monárquica, onde alguns dos reis pretenderam poderes despóticos, criou-se uma cultura política em Roma. O poder deveria ser de alguma maneira partilhado. Uma instituição que existia desde a monarquia, o Senado, sai fortalecido. Passa a ter um papel de destaque durante a República. No lugar do rei foram colocados dois cônsules eleitos. Tinham os mesmos poderes e as mesmas insígnias que os reis, mas permaneciam apenas um ano no cargo. Um deles nada podia fazer sem o consentimento de outro. Em caso de perigo grave, os dois cônsules nomeavam um ditador, durante seis meses no máximo, investido com poderes absoluto.


CARACTERISTICAS DO PÉRIODO REPUBLICANO.


No plano interno, o período foi marcado por lutas entre patrícios (privilegiados) e plebeus (não privilegiados), guerras civis, disputas pelo exercício do poder, conflitos entre cônsules e o Senado. No plano externo merecem destaque a extensão do poder territorial de Roma sobre toda a Península Itálica e o confronto com Cartago (Guerras Púnicas, 246 - 146 a C.) garantindo a Roma o controle sobre o Mediterrâneo e territórios adjacentes.


A expansão territorial acentua-se, sobretudo no final do Período Republicano, onde Júlio César teve um papel importante.


Lutas Entre Patrícios e Plebeus


Em 498 a C. ocorre um levante dos plebeus, e o Senado institui a ditadura. A plebe amotinada instala-se no Monte Sagrado Consegue a instituição dos Tribunos da Plebe, como seus representantes junto ao Senado, e de dois Edis Plebeus .


Entre 451-449 a C. são redigidas as primeiras leis escritas, a lei das Doze Tábuas, uma das fontes importantes do Direito Romano. A Lei Canuléia autoriza o casamento entre patrícios e plebeus. As leis Licínias garantem a diminuição das dívidas, distribuição de terras, e o restabelecimento do consulado onde um dos cônsules deverá sempre ser plebeu. A Lei Ogúlnia garante a diminuição das dívidas, distribuição de terras, e o restabelecimento do consulado onde um dos cônsules deverá sempre ser plebeu. A Lei Ogúlnia garante de direitos religiosos aos plebeus.


A CONQUISTA DA ITÁLIA.


Ao norte da Itália Central estavam os gauleses. Em 390 a C. , liberados por Breno, derrotam os romanos em Ália, tomam Roma e exigem um vultoso resgate para abandonar a cidade. Os romanos conseguem neutralizar os gauleses e passam a consolidar seu poder sobre a Itália Central e conquistar a Itália Meridional. Derrotam os latinos. Os samnitas e seus adiados. As Guerras Púnicas (Roma - Cartago)


AS RAZÕES DA GUERRA


O controle de Roma sobre o sul da Itália provoca desavenças com Cartago, antiga colônia fenícia no norte da África. Cartago era poderosa por suas atividades mercantis e mantinha colônias em vários pontos do Mediterrâneo Ocidental.


Os cartagineses eram chamados de “poeni” pelos romanos, daí o nome, “púnicas”. O que serviu de pretexto para a eclosão da guerra foi o choque entre Messina (aliada de Roma) e Siracusa (aliada de Cartago) na Sicília.


PRIMEIRA GUERRA PÚNICA(264 - 241 a C.).


No início da guerra os romanos tomam a dianteira. Em seguida os romanos sofrem derrotas e sua frota é batida em Drépano, costa oeste da Sicília. Os romanos retomam a ofensiva e saem vitoriosos nas ilhas Égatas, próximas à costa oeste da Sicília. Destacam-se Amílcar Barca pelos cartagineses e Duílio pelos romanos. Sicília torna-se a 1º província romana.


Primeiro Intervalo Entre Guerras (241 - 219 a C.).


Romanos e cartagineses procuram se refazer das perdas sofridas durante a guerra. Os cartagineses têm de enfrentar uma revolta de seus próprios mercenários. Roma apodera-se de Córsega e Sardenha, que passam a constituir a 2º província romana.


Os cartagineses empreendem a conquista da Espanha, atingem o Rio Ebro e fundam Cartagena. Os romanos dirigem suas atenções para o norte da Itália. Conquistam a Ilíria e a Gália Cisalpina, até então ocupada por tribos gaulesas. Apoderam-se também de Milão.


Segunda Guerra Púnica (218 - 201 a C.).


Mais uma vez choca-se os interesses de romanos e cartagineses. Reinicia-se a guerra romano-cartaginesa. Aníbal, sucessor de Amílcar, transpõe os Pirineus, a Gália e os Alpes. Reorganiza seu exército na Planície do Pó, alistando gauleses cisalpinos que haviam sido derrotados pelos romanos e empreende a conquista de Roma, invadindo a Itália. Desce para a Itália Meridional esperando subleva-la contra Roma.


 Os romanos são derrotados em Cannas. Aníbal aguarda reforços que tardam a chegar. Seu irmão Asdrúbal consegue chegar na Itália, mas é derrotado pelos romanos.


Os romanos empreendem a conquista da Espanha, que se transforma em província romana.Público Cornélio Cipião, o Africano, desembarca no norte da África. Aníbal retorna à África e é derrotado por Cipião em Zama.


Roma torna-se senhora do Mediterrâneo.Impõe pesado tributo anual a Cartago, que se compromete a não mais se envolver em guerras sem sua autorização. O custo da vitória foi alto para os romanos. Cidades arrasadas, colheitas destruídas, mortos, produção paralisada. Crescem as tensões sociais em Roma.


SEGUNDO INTERVALO ENTRE GUERRAS(200 - 148 a C.).


Estabelecida à paz com Cartago, Roma entra em choque com Filipe da Macedônia, assinalando a primeira intervenção romana no Oriente. Depois de três guerras, Roma submete a Macedônia e, em seguida, a Síria. Outra revolta ocorre na Macedônia, que acaba sendo incorporada, juntamente com a Grécia, às províncias romanas.


Terceira Guerra Púnica (149 - 146 a C.).


A prosperidade econômica de Cartago prejudica os interesses comerciais dos romanos.As hostilidades entre Cartago e o rei Masinisa da Numídia, aliado de Roma, servem de pretexto para a terceira guerra púnica. Depois de três anos de luta, Cipião Emiliano destrói Cartago.


 AS REFORMAS DOS IRMÃOS GRACO.


Tibério Semprônio Graco, tribuno da plebe, faz aprovar uma Lei Agrária que previa a distribuição das terras públicas (ager publicus) aos pobres, que até então eram monopolizadas pelos setores mais abastados da sociedade. É morto em 133 a C., o irmão de Tibério, Caio Semprônio Grago, faz com que se aplique a Lei Agrária, que se vote o estabelecimento de colônias, substituam-se nos tribunais os senadores pelos cavaleiros e se organize, através de uma lei frumentária, a distribuição do trigo. Em 122 a C. é morto por aqueles que se sentiam prejudicados por suas propostas.


Período das Guerras Civis


Mário, plebeu, termina a guerra que os generais, escolhidos entre nobres, não tinham conseguido levar a cabo contra Jugurta, rei da Numídia. Mário realiza importante reforma, passando a sujeitar todos os cidadãos romanos ao serviço militar. Depois de conflitos graves, é aprovada a Lei Júlia que estende o direito de cidadania romana a todos os italianos. Mário e Sila disputam entre si o comando da guerra contra Mitrídates (Rei do Ponto) e eclode a guerra civil entre Mário (do partido popular) e Sila (do partido aristocrático) Mário morre em 86 a C. e Sila, vencedor de Mitrídates, volta a Roma com seu exército, sendo nomeado ditador.


Promove reformas nas leis de Roma, que tornam o poder mais aristocrático e fortalecem o poder do Senado. Sila morre em 78 a C.


REVOLTA DE ESPÁRTACO.


Acrescenta-se a este período conturbado de guerras civis uma séria revolta de escravos, liderada por Espártaco (73-71 a C.). Distinguem-se nesse episódio: Crasso, que realmente liquida a revolta, e Pompeu, que reivindica para si o mérito dessa vitória.


 



JÚLIO CÉSAR


Caio Júlio César (12.07.100 - 15.03.44 a C.) pertencia ao ramo pobre de uma das mais antigas famílias patrícias de Roma, a “gens Lulia”. Como patrício, ocupa vários cargos públicos e começa a ser notado por sua eficiência. Conseguiu reconciliar dois rivais poderosos, Crasso e Pompeu, que tinham em comum o descontentamento contra o Senado, e formou com eles um triunvirato.


 Em 59 a C.César é eleito cônsul. Ratificou as conquistas de Pompeu no Oriente e garantiu a Crasso vantagens na Ásia. Durante sua gestão no consulado tomou medidas populares que lhe aumentavam o prestígio. No fim de seu período de consulado, atribuiu-se o governo da Gália Cisalpina e da Ilíria. Conquistou a Gália (58-51 a C.), conseguindo a rendição do herói gaulês Vercingetórix (52 a C.)


Construiu um império que agora podia rivalizar com as conquistas de Pompeu no Oriente. Com a morte de Crasso o triunvirato é dissolvido e passa a haver uma rivalidade entre Pompeu e César. Pompeu aproxima-se do Senado contra as ambições de poder absoluto de Julio César, e acaba sendo designado cônsul único pelo Senado. Isto contrariava as leis de Roma e provocou o retorno de César, que fez com que Pompeu e o Senado abandonassem Roma. César luta abertamente contra Pompeu. Este ultimo é morto em 48 a C., e seus partidários são derrotados em 46 e 45 a C. César retorna triunfante a Roma e aspira ao poder absoluto. Torna-se Ditador, promove mudanças na administração e reforma o calendário. César lançou as bases do Império Romano. No dia 15 de março de 44 a C., César tombou no Senado, vitima de uma conspiração articulada por Cássio e Bruto, este último um protegido de César. Seu assassinato desencadeia novo período de guerras civis, sobressaindo-se um sobrinho-neto de Julio César, Otávio. Este, juntamente com Marco Antonio e Lépido, formam um segundo triunvirato (43 a C.).


 Lépido foi preso por Otávio, Marco Antonio vai lutar no Oriente e é seduzido por Cleópatra, no Egito, passando a ter uma vida de tirano no Oriente. Indignados os romanos apóiam Otávio que move guerra contra Marco Antonio e Cleópatra, que se suicidam por ocasião da derrota de Ácio (31 a C.). Otávio retorna a Roma e torna-se príncipe e imperador. Findava a Republica Romana.


FORMAÇÃO E EXPANSÃO DO IMPÉRIO ROMANO


Conseqüências da Expansão Romana As conquistas territoriais provocam uma alteração significativa em Roma. Aumentam o luxo, a riqueza, o número de escravos disponíveis e os latifúndios, que eram distribuídos como forma de recompensa aos oficiais vitoriosos. Ocorre um empobrecimento da plebe e dos pequenos agricultores. Aumentam as tensões sociais que assinalam o início de um período de guerras civis, cujo desenlace foi à crise da República e a implantação do Império. Após dominar toda a península itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios.


Com um exército bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses nas Guerras Púnicas (século III a.C). Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum.


Após dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina. Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou.


CULTURA ROMANA



 


 


 A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura grega. Os balneários romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os senadores e membros da aristocracia romana iam para discutirem política e ampliar seus relacionamentos pessoais.A língua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando origem na Idade Média, ao português, francês, italiano e espanhol.A mitologia romana representava formas de explicação da realidade que os romanos não conseguiam explicar de forma científica. Trata também da origem de seu povo e da cidade que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: Rômulo e Remo e O rapto de Proserpina.


O IMPÉRIO ROMANO


Os dois primeiros séculos do período imperial, conhecidos como Alto império, são considerados o apogeu da civilização romana. Para Roma afluíam imensas riquezas e de lá eram controlados os territórios conquistados e, praticamente, toda a economia mediterrânea. Transformou-se também em capital intelectual, absorvendo influências helênicas e orientais. Entre outros escritores romanos, sobressaíram-se os poetas Ovídio, com a obra Metamorfoses; Virgilio, autor de Eneida e Bucólicas; Horácio, que escreveu Odes; o historiador Tito Lívio, com sua História de Roma; e o teatrólogo Plauto.


O Alto Império Romano (séculos I e II)


Otávio, aos poucos, considerou-se no poder (27 a C. a 14 d.C.), obtendo o apoio das camadas populares romanas ao promover uma política de grandes obras publicas. A sociedade estava hierarquizada em duas camadas distintas e antagônicas: os livres e os escravos. Os livres, que podiam ser cidadãos de Roma e/ou habitantes das províncias, foram divididos em três categorias com status políticos diferenciados: a senatorial (com fortuna superior a um milhão de sestércios), a eqüestre (com fortuna entre 400 mil e um milhão de sestércios) e a plebéia ou inferior.


O exército, as camadas populares e o tesouro constituiriam as colunas de sustentação do imperador. Otávio, declarado “divino” (Augusto) em 27 a C., era objeto de culto religioso nas províncias orientais, num sinal de assimilação de praticas existentes ali havia milhares de anos. Acumulou outros títulos e poderes: Pontífice Máximo, Princeps Senatus (o primeiro do Senado), Poder Tribunício (sua pessoa era sacrossanta e inviolável) e Imperador.


"A PAZ ROMANA"


Otávio que assumiu o poder em 31 a.C. se autoproclamou Imperador, a partir deste momento esse período da história romana passou a ser denominado pelos historiadores de Império. Para os romanos o regime político que se instituiu foi o Principado, em especial, porque Otávio era considerado princeps (primeiro cidadão de Roma), era ele quem tinha a primeira palavra no Senado.


As instituições republicanas ainda existiam, porém todas elas estavam sob o seu controle, ele ocupava os principais cargos, indicava os senadores e outros magistrados, era chefe militar, decidia sobre todos os assuntos importantes e era a autoridade religiosa, recebendo em 27 a.C. o título de Augusto (consagrado, divino).


O Senado portanto, passou a ser um órgão figurativo, não tinha mais nenhum poder de decisão. É muito importante compreender como que os Senadores permitiram essa concentração de poderes nas mãos de Otávio Augusto sem nenhuma objeção. Vamos lembrar que muitos deles foram nomeados pelo próprio Imperador, enfraquecendo a oposição. Com o desenvolvimento do comércio uma nova classe social, os equestres, passaram a compor a magistradura, funções anteriormente reservadas aos aristocratas, dando total apoio às decisões tomadas pelo governo. E por último, criou o seu próprio exército, com a função de protegê-lo, conhecido como a Guarda Pretoriana, além de colocar nos comandos das tropas apenas pessoas de sua confiança.


Deu-se início no governo de Otávio Augusto a um longo período de calma e prosperidade, conhecido como a "Paz Romana", que se prolongou até o século II. Com a riqueza que fluía das Províncias, investiu-se nas artes de um modo geral, arquitetura, pintura, escultura, literatura, quase sempre voltadas para glorificar Roma e seus Imperadores. Grandes obras foram realizadas como os aquedutos, pontes, estradas, templos, anfiteatros e arcos do triunfo, voltados para homenagear Imperadores que se saíram vitoriosos em alguma batalha.


Houve um grande avanço econômico, principalmente no comércio, que era realizado entre todas as Províncias. Entretanto a "Paz Romana", que significava um momento de calmaria sem conflitos, era na realidade uma "Paz Armada", pois para as Províncias foram enviados numerosos exércitos que impediam qualquer foco de rebelião. O mesmo ocorria nos grandes centros urbanos, pois a população continuava vivendo em condições precárias, o desemprego aumentava assim como a fome e a miséria. Essa situação era amenizada pela política do "pão e circo", que visava diminuir as tensões sociais. No decorrer dos dois séculos que sucederam a morte de Otávio Augusto (30 a.C. a 14 d.C), quatro dinastias ocuparam sucessivamente o poder em Roma. Foram elas:


Dinastia Júlio-Claudiana (14 a 68 d.C.)


• Dinastia Flávia (68 a 96 d.C.)


• Dinastia Antonina (96-193 d.C.)


• Dinastia Severa (193-235 d.C.)


 


A transferência de poder entre uma dinastia e outra, nunca se deu de forma pacífica, geralmente, resultava em guerras civis envolvendo exércitos e senadores. Entre a dinastia Antonio e dos Severos, houve sangrentas lutas e num prazo de um ano, Roma teve quatro Imperadores (Juliano, Niger, Clódio Albino e Sétimo Severo).


PÃO E CIRCO


Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios ( o mais famoso foi o Coliseu de Roma ), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta.


RELIGIÃO ROMANA.


Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. A grande parte dos deuses romanos foram retirados do panteão grego, porém os nomes originais foram mudados. Muitos deuses de regiões conquistadas também foram incorporados aos cultos romanos. Os deuses eram antropomórficos, ou seja, possuíam características (qualidades e defeitos) de seres humanos, além de serem representados em forma humana. Além dos deuses principais, os romanos cultuavam também os deuses lares e penates. Estes deuses eram cultuados dentro das casas e protegiam a família.Principais deuses romanos : Júpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vênus, Ceres e Baco.


"CRISTIANISMO - NASCIMENTO E EXPANSÃO"


O Cristianismo surgiu durante o Alto Império, numa província romana, na Palestina, região árida e pobre, que no decorrer de 600 anos foi dominada por grandes povos (Gregos e Romanos). Habitada por Judeus, um povo muito religioso (monoteístas), acreditavam que Deus enviaria um Messias (salvador) para libertá-los da dominação e exploração romana. Por outro lado, havia um grupo de guerrilheiros (zelotas) que acreditavam que o Messias viria como um deles e lideraria um revolta que conseguiria por fim ao domínio de Roma.


Nesse contexto nasceu Jesus, numa família humilde e com numerosos irmãos. O pai era carpinteiro, profissão que seguiu durante algum tempo. Recebeu instruções numa escola da sinagoga, o que era comum para os meninos judeus. Embora tenha nascido em Belém, passou toda a sua infância em Nazaré, essa etapa de sua vida que pouco se conhece. Aos 30 anos, passou a conviver com pessoas humildes, falava de maneira simples, sem nenhuma autoridade, sempre disposto a ouvir o outro, mostrando-se interessado e preocupado com o próximo. Diferente de outros mestres ia até os necessitados e não esperava que viessem até ele, participava de festas e brincadeiras de forma alegre e descontraída. Pregava o perdão e não o castigo.


Nas suas andanças, passou a ser seguido por doze homens, os apóstolos, que anunciavam nas aldeias e vilas a chegada do Messias. Os seus ensinamentos também eram destinados à essa parcela da sociedade, pregava a existência do reino de Deus, um lugar onde apenas aqueles que desejassem poderiam entrar, para tanto era preciso desprender-se dos bens materiais, saber amar e perdoar o próximo, ser humilde, conversar com Deus, através de orações, pedindo apenas o necessário. Sua popularidade começou a preocupar os sacerdotes judeus, que não acreditavam que este era o Messias, estes o denunciaram para as autoridades romanas, dizendo que se julgava o novo rei dos Judeus e possivelmente era um revolucionário.


Traído por um de seus apóstolos, Judas, que levou os soldados romanos até o local onde Jesus costumava rezar, foi preso, julgado pelo povo judeu, incitado pelos sacerdotes e crucificado na sexta-feira às 15 horas, sob as ordens do então governador romano Pôncio Pilatos. Após sua morte, os apóstolos saíram pelo Império Romano espalhando os ensinamentos deixados por Jesus, conhecidos como a "Boa Nova". Ganhou muitos adeptos entre os grupos mais humildes, aumentando significativamente o número de cristãos.


Em Roma existiam inúmeras religiões de origens variadas, porém só o Cristianismo passou a ser perseguido. Em 67, Nero promoveu um verdadeiro massacre aos Cristãos, incendiou Roma e os culpou por isso. Nada disso os intimidou, pelo contrário reuniam-se nas catacumbas onde celebravam seus cultos. Histórias macabras eram contadas em relação aos rituais cristãos, diziam que matavam crianças e bebiam seu sangue, na realidade referiam-se à comunhão o momento em que o pão e o vinho representavam a carne e o sangue de Cristo.


Incomodados com o crescimento do Cristianismo e com os mistérios que envolviam os cristãos que se negavam a participar das cerimônias religiosas realizadas pelos romanos bem como aceitar que o Imperador fosse um dos representantes dos deuses na terra, as perseguições tornaram-se cada vez mais constantes, muitos foram atirados nas arenas para serem devorados vivos pelas feras. Em 313, o Imperador Constantino, através do Edito de Milão, liberou os cultos cristãos e em 391 o Imperador Teodósio, proibiu todos as outras religiões, exceto o Cristianismo, adotando-as como a religião oficial.


CRISE E DECADÊNCIA DO IMPÉRIO ROMANO


Após a morte de Cômodo em 192, da Dinastia dos Antoninos, houve uma série de lutas pelo poder. Roma chegou a ter em um único ano quatro Imperadores. Em 193, a Dinastia Severa assumiu o governo com o Imperador Sétimo Severo. Nesse período a expansão romana chegou no seu limite. Para controlar e manter o domínio sobre todos os territórios era preciso muito dinheiro, funcionários e soldados. Por essa razão os romanos resolveram interromper a política expansionista, gerando uma crise econômica, pois é sabido que todas as riquezas introduzidas em Roma se deram através das conquistas e espoliações de bens (terras, jóias, dinheiro), cobrança de impostos e aquisição de escravos, os quais mantinham a economia romana ocupando vários setores da produção, principalmente o agrícola.


A crise social era inevitável. Sem recursos para as grandes obras aumentou o número de desempregados. As diversões públicas que exigiam gastos dispendiosos foram cortadas aumentando as tensões sociais e gerando uma série de conflitos e revoltas populares, inclusive entre os escravos. Essa situação acabou desencadeando uma crise política, pois muitas tropas foram deslocadas das províncias para os centros urbanos, visando sufocar as rebeliões, além disso, o exército romano já não era mais tão numeroso, pois exigia muitos gastos que Roma, nesse momento, não podia bancar. Aproveitando disso, alguns dos povos dominados, começaram a se rebelar contra o domínio romano, reconquistando sua independência.


Os povos bárbaros percebendo a fragilidade em que se encontrava o Império Romano, em busca de terras férteis e de olho em suas riquezas, a partir do século IV, realizaram sucessivas incursões em diversas regiões. Grande parte da população procurando se proteger foram para o campo, abandonando as cidades. Para poder ter um maior controle do Império, Diocleciano, que governou de 284-305, o dividiu em quatro partes. Percebendo que em nada adiantou a divisão, o Imperador Constantino (312-337) tornou nula a divisão, porém diante de tantas invasões e rebeliões que ocorriam em Roma, transferiu a capital para o Bizâncio (330), cidade localizada no Oriente e que mais tarde passou a se chamar Constantinopla (cidade de Constantino).


Outra medida adotada por ele foi liberar os cultos cristãos, ganhando assim o apoio dessa parcela da sociedade que aumentava a cada dia. Após a morte de Constantino, reavivaram as lutas pelo poder, que só terminaram quando Teodósio em 378 assumiu o governo. Além de tornar o cristianismo a religião oficial, dividiu o Império em duas partes e entregou aos seus filhos, o do Oriente com capital em Constantinopla ficou sob o controle de Arcádio e o do Ocidente com a capital em Milão para Honório. Porém as invasões bárbaras se intensificaram, fazendo com que o Império Romano do Ocidente existisse apenas no nome.


Com a chegada dos hunos, no início do século V, que ameaçavam as aldeias gêrmanicas, espalhando o medo e o terror, fez com que milhares de pessoas atravessassem a Europa e se fixassem dentro das fronteiras romanas, em busca de proteção. Ao longo do tempo os povos bárbaros passaram a dominar algumas regiões formando reinos, que pouco duraram. Novas ondas de invasão ocorreram em meados do século V, quando o último Imperador romano, Rômulo Augústulo, foi deposto por um rei Bárbaro em 476.


CRISE E DECADÊNCIA DO IMPÉRIO ROMANO.


Por volta do século III, o império romano passava por uma enorme crise econômica e política. A corrupção dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exército romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma proporção, caia o pagamento de tributos originados das províncias. Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber salário, deixavam suas obrigações militares.Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras do norte do império. No ano de 395, o imperador Teodósio resolve dividir o império em : Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente ( Império Bizantino ), com capital em Constantinopla.Em 476, chega ao fim o Império Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Era o fim da Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média.